Não existe melhor lugar do que o nosso próprio lar. Ou pelo menos não deveria existir. Com a quarentena que estamos enfrentando, muitas pessoas têm percebido a importância de transformar a sua casa em um espaço gostoso, confortável e acolhedor. Por passarmos mais tempo em casa, acabamos a observando mais profundamente.
É na sua casa que você relaxa, curte a família, dorme, amaldiçoa o amiguinho do trabalho,
entre outras atividades. E justamente por esse motivo, buscamos uma configuração de refúgio e aconchego - e certamente não é só o seu travesseiro da Nasa que pode te propiciar essas sensações. A iluminação também tem o seu papel nessa missão!
Luz e bem estar
Apesar de recentes, já temos algumas disciplinas que estudam a relação que a luz tem com nosso organismo e como isso impacta nosso dia a dia. Resumidamente, pesquisas mostram que nosso organismo funciona numa relação direta com a luz que captamos ao longo do dia. É a partir dela que nosso ciclo circadiano entra em ordem ou colapso. Um bom exemplo de como esse ciclo funciona é estarmos acordados durante o dia e dormirmos à noite – é como se fosse o nosso relógio interno. E por mais que esse relógio seja uma regulagem natural do nosso corpo, ele também pode ser influenciado (positiva ou negativamente) por fatores externos – como a luz.
A quantidade de luz, quantidade de escuridão e as temperaturas de cores podem fazer com que nosso organismo responda de forma positiva ou negativa, impactando nosso humor, sono, sede, liberação de hormônios, digestão, energia e podendo até nos levar à depressão, dentre outras patologias.
Por isso que a luz natural é tão importante em nossa vida e prezamos por ela em projetos de arquitetura. Infelizmente nem sempre isso é possível e também não quer dizer que a luz artificial seja uma vilã. Pelo contrário. Quando bem pensada e utilizada, a iluminação artificial pode nos ajudar em nossa busca pelo bem estar.
Diferentes temperaturas de cor e seus efeitos
Como em uma casa estamos falando basicamente de um lugar fechado e com luz artificial, a temperatura de cor da luz influenciará muito. Basicamente temos lâmpadas de 2400k até 6500k (tonalidades usuais de mercado) e são elas que transformam os ambientes em relaxantes ou estimulantes.
_ A luz branca neutra (entre 4000k e 5000k) pode nos fazer sentir mais alertas, concentrados e nos ajuda a sermos mais produtivos.
_ A luz branca azulada (entre 5000k e 6500k) pode reduzir os níveis do hormônio melatonina (que nos faz sentir sonolência) e nos deixar mais acordados.
Essa luz azul também está presente em praticamente todas as telas de eletrônicos, por isso deve-se ter cautela nos momentos em que usamos esses aparelhos, como por exemplo: usar o celular na hora de dormir pode fazer com que nosso sono não seja tão tranquilo. Isso porque a luz azul tem grande quantidade de energia, à qual nosso sistema é muito sensível.
_ A luz mais amarelada (entre 2400k a 2700k) dá a sensação de tons mais quentes e nos remete ao amanhecer e entardecer – geralmente são momentos em que nos sentimos relaxados. Ambientes com luz mais fraca e amarela tendem a ser mais aconchegantes, tranquilos e calmos, tendo o efeito oposto ao da luz branca. Ficamos menos despertos e menos produtivos.
Como você pode observar, temos que ter muito cuidado com a iluminação para não desregular nosso ciclo circadiano.
Iluminação e home office
E atenção: com o crescimento do home office, não podemos simplesmente sair colocando luz branca em nossas casas, ambientes tão únicos e pequenos! É extremamente importante saber dosar a quantidade, a temperatura e principalmente conscientizar-se de que existe a diferença entre momentos do dia. Há momentos de produtividade e de descanso, de estarmos mais despertos ou de nos prepararmos para dormir.
Vejam, a ideia aqui não é simplesmente dizer qual modelo, ou quantos pontos, ou qual facho de luz é melhor para sua residência. Estamos apenas iniciando uma conversa de conscientização para que nesse período de pandemia, no qual passamos agora o maior tempo possível em nossas casas, possamos entender melhor como nossos espaços poderão ser utilizados. Não transforme sua casa em um grande escritório repleto de luz branca. Pense em um espaço no qual você possa trabalhar de forma adequada e que não
comprometa seus momentos de lazer, aconchego e descanso.
Aqui também resumimos um pouco o impacto da luz artifical em nossas vidas, mas vale lembrar, que não há nada melhor que a luz natural, o “solzim” da manhã. Não é a toa que buscamos representa-la nos ambientes fechados com os “bicos de luz no teto”!
Portanto, leve à sério a iluminação da sua casa, pois ela tem um grande impacto na sua saúde e na da sua família! Sempre que possível, consulte um profissional especializado em luminotécnica, que poderá lhe orientar sobre como utilizar a luz artificial a seu favor dentro dos seus espaços.
_imagens sem fontes supracitada: pinterest
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